terça-feira, 27 de setembro de 2011

“Nos hospitais dizem que a gente sabe, a gente sabe como vai morrer. Alguns médicos dizem que é o olhar do paciente, alguns dizem que é o cheiro, o cheiro da morte. Alguns acham que é um sexto sentido. Quando a morte vem em nossa direção, a gente nota que ela está vindo. Seja como for, assusta. Porque quando a gente sabe, o que fazer? Sem contar o fato de já estar morrendo de medo. Então, se você soubesse que é seu último dia de vida, como gostaria de vivê-lo? Se você soubesse que é o seu último dia de vida, como gostaria de passá-lo?” 

- Grey's Anatomy – T2 - Episódio 17 - Partes 1 e 5.

sábado, 24 de setembro de 2011

Olha, desculpa minha sinceridade, mas a vida é muito curta para ficar aguardando pelos outros. Se quem você aguarda realmente se importasse com você, já teria dado algum sinal de vida. Parta para outra. A verdade é que, enquanto você estiver assim, nessa interminável agonia, esperando notícias que nunca chegam, vai deixar passar várias possibilidades interessantes ao seu redor. Claro, ninguém se compara a quem você aguarda, mas quem você aguarda não está disponível no momento. Poderá, inclusive, nunca estar, apesar de tudo o que foi dito naquele dia. Pessoas que somem não são confiáveis.
Fernanda Mello 

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

sábado, 17 de setembro de 2011


Heroi.

Somos herois.
Todo mundo precisa de herois. Nos consideramos herois.
Nosso heroísmo passa de geração para geração. Nossos problemas, nossas conquistas. Ressureição, dar a volta por cima, vencer o inimigo. Essas coisas.
Ninguém é vilão, pelo menos ninguém quer ser.
Nós não nos assumimos como pessoas ruins. Há sempre um porém, um motivo. Um não foi minha culpa, ou um mas se não fosse por este motivo, tudo estaria bem.
Pense em você como um vilão.
Pense um pouco mais.
E se no final das contas, fôssemos exatamente tudo aquilo que negamos ser? E se formos filhos da puta? Traidores, oportunistas, interesseiros, invejosos, raivosos, depravados, infelizes, preconceituosos.
Se não fôssemos filhos de Deus? Ninguém olhando por nós. Olho por olho e dente por dente.
E se os hipócritas não forem realmente hipócritas?
A gente sempre erra. Podemos errar a respeito disso. A respeito de nós mesmos.
Imagine você, um maldito confesso. Sem remorso. Apenas sendo quem você é. Um maldito.
É tão ruim assim? Afinal de contas, todo mundo parece tão vazio e distante. Menos nós. Nós somos os mártires, o estandarte da nobreza do espírito. E se nós fossemos os hipócritas?
Quanto tempo isso duraria? E se nós fôssemos desistentes, deprimidos, frustrados, sempre querendo algo que não temos e não precisamos, se nós amamos pouco, se descartamos os outros.
Quem seriam os herois? Pra onde foi todo mundo?
E se a vida não tivesse sentido algum, apenas existência pura e simples e ao acaso? Ou se o amor não fosse amor e só reações químicas que seu cérebro faz somente pra fazer você espalhar seus genes tão pateticamente como fazem as flores com o pólen? E se o tempo passasse tão rápido que você não vê os dias chegarem, e nós iremos morrer em breve e sem nenhuma vida após isso? Nenhum presente, nenhum céu. Preto. Puf. Você se pergunta.
O que sobraria? Com ou sem sentido, as coisas continuam. Não depende de ninguém.
Um dia você acorda, no outro dia não.
Um dia você tem vontade, no outro dia não.
Um dia, você tenta, no outro desiste.
Um dia você desiste, no outro você ganha um novo herói.
Um dia você tem vontade, no outro você não acorda.
Nunca se sabe.
Preto. Puf.
Quando todo mundo está ficando louco, menos você, quem é o louco?
Quem você escolhe ser, o heroi ou o vilão?
Você se pergunta.
Tem dias que não parecem dias. São dias que vem como trégua.
Você senta e não faz nada. E nada. Num dia você sente vontade, no outro dia você quer.
Tem dias que não dão trégua.
Tem outros que te fazem bem.
Mesmo se você for o vilão.
 
Por PC Siqueira. 

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

"Em algum momento você tem que tomar a decisão. Fronteiras não mantém as pessoas fora, cercam você lá dentro. A vida é confusa, e é assim que evoluímos. Então, você pode passar a vida impondo limites ou, pode passar a vida desafiando todos eles. Mas existem limites que são perigosos demais para ultrapassar. Eu só sei de uma coisa: se você tem disposição para correr o risco, a vista do outro lado é espetacular!"

- Grey's Anatomy - T1 - Episódio 2 - Parte 5

Chega em casa só depois que o sol nasce, sente-se inútil. Sente pena de si ao olhar-se no espelho e ver a cara embriagada quase de ressaca. O rímel de ontem ainda nos olhos. O cabelo despenteado. Um corte no pé que não sabe como adquiriu. O pensamento em branco. O raciocínio lento e ouvido tinindo a música da balada que ainda faz eco. O dinheiro que gastou diluído no álcool que percorre as veias, mente e corpo. Um apelo para si mesmo. Tenta lembrar com exatidão de noite de ontem. Mas, tudo é vago. Não confia na sua memória... Falou com estranhos, sorriu para os falsos tratando-os com igualdade, confessou seus reclames para um surdo e deve ter feito outras coisas assim desprezíveis. Não lembra. Faz um gesto evasivo, apertando os olhos e contraindo as mãos contra a cabeça tentando lembrar com veemência o que lhe ocorrera ontem. Apesar da bondade do gesto a tentativa é em vão. Já não sabe ao certo se foi um dia perdido ou vivido. A consciência acusa. A noite passada gasta por nada, serviu para que? Pra nada! Paranoia. E os olhos vão apertando e fechando. Já não há questionamento. Já não há mais tempo, é hora de dormir.

- Texto de Giovana Klein.